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sábado, 28 de março de 2015

Uma incrível história de luta pela vida de uma sobrevivente do holocausto.


FOI COMO UM MILAGRE QUE ASSIA GORBAN SOBREVIVEU AO GUETO E AO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO. 
UMA INCRÍVEL HISTÓRIA DE LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA. 

Era domingo e fazia muito calor quando em Julho de 1941 a guerra chegou até Mogilev-Podolsky, uma cidade ucraniana na fronteira com a Roménia. Assia viu quando os primeiros soldados alemães chegavam conduzindo motos na estrada de terra e como a poera subia. "Eram homens muitos lindos, limpos, sem barba, com botas..." Se lembra Assia Gorba.

Mas na estrada também se escutava: "Atenção, Atenção. "
Assia ouvia o choro das crianças que estavam sentadas nos carros dos militares alemães. Ela ouvia tiros e latidos de cachorros. Ela tinha que levar uma estrela amarela no peito e nas costas e não podia ir mais a escola. E então veio a ordem: Todos os judeus da cidade devem se reunir no centro da cidade. Eles tinham que construir um muro, o muro do gueto. 

Era só o começo. Logo começaria as deportações. Os judeus tinham que ir até à estação de trem e entregar todas as coisas de valores. Sua mãe escondeu nos seus cabelos negros um anel de noivado que já tinha pertencido até a sua avó e algumas notas de dinheiro na gola da blusa de Assia. Bem espremidos eles foram colados no vagões de gado e viajaram dias pela paisagem acidentada. O destino era Petschora, antiguamente um sanatório para doentes de pulmão agora um campo de concentração administrado por romenos que colaboravam com os alemães. 

Assia nunca conseguiu esquecer o momento quando eles chegaram a Petschora : crianças com a pernas finas e barrigas inchadas para dentro fome, por todos os lados. Ela, seus pais, avós, seu pequeno irmão, Isaak, tios e primos foram amontoados em uma barraca. Não tinha nada para comer, as vezes a cozinheira jogava pela janela casca das batatas, que ela tinha cozinhado para os vigias. As crianças corriam para pegar e as gratinavam no fogo. 

As vezes eles podiam trocar alguma coisas com os ucranianos do outro lado do muro. Roupas ou o resto das últimas coisas de valor por batata, pão ou frutas. Uma vez um jovem do KZ subiu o muro de 3 metros, ela nunca esqueceu essa cena: um ucraniano lhe deu um balde cheio de cerejas, ele estava muito feliz. De repente escutamos um tiro. O jovem caiu de cima do muro. Por todos os lados tinha cerejas esmagadas e sangue sobre ele. 

Para a mãe de Assia uma coisa era certa: " mesmo que custe nossas vidas, temos que sair daqui." Ela subornou dois políciais ucranianos e a noite pegou caminho com sua filha e uma sobrinha. Porem elas foram descobertas. Os guardas a agrediram brutalmente com paus e coronhadas. A prima de Assias passou días em choque sem poder falar. Ela ficou paralisada de tanto medo. O recado era claro: da próxima vez que ela subornasse outros agentes, ela receberia pena de morte por enforcamento. 

Mas a mãe de Assia não se deixou intimidar. Semanas depois ela tenta outra vez fugir, dessa vez somente com sua filha. Na escuridão da noite elas conseguem fugir do campo e entram pela floresta. Ainda hoje está vivo na memória de Assia o momento que elas se afundavam no pântano ladeira abaixo. No desespero sua mãe grita por ajuda e o imaginável acontece: dois homens, que também estavam fugindo do KZ as escutaram. Com as raízes das árvores eles as puxam. Suas pernas estavam todas ensanguentadas.

A fuga ainda durou muito tempo. Na noite elas erravam o caminho pela floresta e de dia tinham que se esconder dos alemães e dos romenos. Finalmente elas chegam outra vez a Mogilev-Podolsky. Na casa onde vivia seus avós agora vivem judeus romenos , assim que elas tiveram que habitar o galpão de calvão.

E elas sobreviveram a guerra por um milagre. " Nossa sorte era que os romenos tinham a palavra e eles não eram tão rígidos como os alemães. "Acredita Assia Gorba. Todos os dias pela amanhã ela ia com seu irmão mais novo e também com seu pai, que também tinham conseguido fugir, até um ponto de reunião. Ali ela encontrava crianças judías, que tinham ficado para atrás no gueto e iam passear pelo campo e as montanhas. Por algumas moedas , eles arrancam Eva daninha, procuravam batatas que os tratores deixavam para atrás. Horas e horas eles sentavam no chão, na chuva, na neve e no calor escaldante." Quando a brigada era boa, nós recebiamos pães, leite , quando eles más, assassinos, então ele nos perseguiam como assassinos. " 

No começo de 1944 a Frente se aproximava. Em 19 de Março o exército vermelho travou a última batalha com as tropas de ocupação. A cidade estava feita fumaça, de todos os lados explodia bombas, casas em chamas... Quem podia se escondia nos porões. Mas Assia era curiosa e queria ver se a sua escola ainda existia. Ela pega seu irmão pela mãos e sai correndo até o prédio em chamas que tinha sido convertido em hospital militar para os alemães. 

Quando ela chega a escola, ela tem uma vista que não esqueci até hoje: na sua sala de aula tinha mortos , queimados, com feridas abertas, jogados ao chão. Na cozinha ela encontra um "paraiso": sacos de farinha de trigo, cevada e açúcar. Ela recorre o quanto pode. Então descobre mais alguma coisa: uma terrina branca da marca Rosenthal , na parte de trás uma águia e a cruz suástica dos nazistas. " uma coisa tão linda a gente não conhecia na união soviética. "Se lembra ela. Ela pressionou a Terrina na mão do seu irmão, antes deles atravessarem a batalha de fogo e volta pra casa. 
A guerra terminou no mesmo dia, porém a fome e a luta pela vida durou muito mais tempo . Assia teve que recuperar três anos perdidos na escola, mas mesmo assim ela, seu irmão, seus pais e a maioria da família conseguiram sobreviver. Somente o seu avô , Jankel Klurfrld , foi assassinado pelo a alemães . Ele se deixou trocar pelo pai de Assia quando os alemães procuravam por judeus para levar para o KZ e os obrigar a cavar suas próprias covas.

Hoje Assia Gorba vive em Berlim e desde de 2010 recebe uma "Ghettorente" de 140€ ( uma espécie de aposentadoria para as pessoas que foram vítimas dos nazistas ). 
Na cómoda da sua sala está a Sopera Terrina da marca Rosenthal com águia e a cruz suástica , Made in Germany 1942, uma pedaço da lembrança. 

Matéria do site n-tv.de traduzida por mim. 
Abraços e espero que gostem.
Darlen


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