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sábado, 28 de março de 2015

Testemunho de Jehuda Bacon, sobrevivente de Auschwitz.




Dando continuidade aos testemunhos dos sobreviventes de Auschwitz:

JEHUDA BACON FOI LEVADO AINDA CRIANÇA PARA O CENTRO DE CONCENTRAÇÃO (KZ) AUSCHWITZ E FOI TESTEMUNHA DE EXTERMÍNIO EM MASSA. NA CÂMERA DE GÁS ELE VIU FALSOS CHUVEIROS QUE NEM BURACOS TINHA COMO UM CHUVEIRO NORMAL TEM PARA SAIR A ÁGUA .

Jerusalém 15 de janeiro 2015. 
Eu mesmo era loiro e de raça ariana. Na frente da nossa escola, na Tchecoslováquia, nos esperava um grupo de "jovens de Hitler" . Meus amigos foram atacados. A mim me deixaram ir, eles não acreditavam que eu fosse um judeu. Nessa época , acontecia coisas estranhas. Nós tínhamos que lhes dá nossos pertences como prata, produtos de couro e até mesmo bengalas. Eu achava estranho eles quererem até as bengalas. De repente nossos vizinhos começaram a desaparecer. 

Primeiro eu fui mandado para Theresienstadt e depois para Auschwitz , lá eu descobriu para que eles queriam as bengalas: era para agredir as pessoas. Isso ainda não tinha acontecido em Theresienstadt. Para mim também era supresa que ali os próprios prisioneiros atacavam uns aos outros. As pessoas em Auschwitz eram como animais selvagem. Nós ficamos com outras famílias da Tchecolosváquia. Ali era melhor do que em outras partes do campo. Era só um campo modelo para blefar com o pessoal da Cruz vermelha. Entretanto na nossa cartografia tinha: tratamento extra em seis meses. Nós Já sabíamos que depois seríamos levados à câmara de gás. 

Ali havia pessoas especiais como Fredy Hirsch, uma espécie de chefe dos jovens. Ele nos obrigava a nos lavar até com neve. Ele nos mostrava o quanto a aparência era importante, pois se os SS nos visse sujos ou doentes, isso já seria um motivo para o crematório. 

Os seis meses estavam passando, de repente apareceu uma oportunidade para mim. Os SS buscavam um grupo de jovens, nós ainda não sabíamos para que. Eu só sabia se eu ficasse com meu pai, eu iria morrer também. Então decidimos juntos que eu iria. Ele, meu pai, me olhou nos olhos e me disse: " nós vamos nos encontrar na Palestina". Nós sabíamos que ele seria levado para a câmara de gás. 

Eu e os outros jovens, que eu já conhecia lá de Theresienstadt , fomos levados para trabalhar no campo masculino de Auschwitz-Birkenau. Nós tínhamos que puxar carroças com fingas de madeira ou com pinheiros para árvore de natal por todo o campo. Um dia ,depois do trabalho, um capacho do comando especial nos disse: "crianças, está muito frio, vocês podem descer até o crematório , lá tá bem quentinho". Muitos tinham medo, mas eu fui com alguns. Eu queria ver como tudo aquilo acontecia. Eu vi chuveiros, que não tinham se quer um buraco, como nos chuveiros normais, aquilo era somente para enganar a primeira vista. Eu reparei em tudo, como tudo aquilo era perigoso. 

Entre nós crianças existia uma coisa chamada camaradismo. Coisa que não existia em Auschwitz . Isso era impressionante, que nossa amizade tinha superado de Theresienstadt até ali Auschwitz. 
Depois, na marcha da morte, todos aqueles que ficavam para atrás, eram assassinados. Mas se um de nós não tivesse mais forças, nós o pegávamos pelo lado direito e esquerdo e o levávamos conosco. Nenhum de nós foi assassinado. 

Nós tínhamos nossas próprias regras, como por exemplo, nunca roubar nada de uma dama. Um dia um jovem faminto roubou uma mulher. Nós o penalizamos com não falar mais com ele. Ele sofreu muito com isso. Tanto é que ele foi até um capataz e em troca de um pedaço de pão, dormiu com ele. Quando a guerra terminou ele estava tão fraco que morreu. Os russos , que nos libertaram , tinham boas intenções , eles deram aos prisioneiros boa comida, mas os que já estavam morrendo de fome não conseguiam digerir e morriam. 

Outros morreram por que os SS tinham envenenado a comida. Eu tinha um pedaço de manteiga na bolsa. Um prisioneiro, forte e grande me tomou a bolsa e me roubou a manteiga. Eu fiquei muito triste. Mas por causa disso consegui me livrar da morte. 

Depois da libertação eu pesava 34 quilos. Com ajuda de pessoas maravilhosas , eu consegui chegar a Praga e mais tarde a Israel . Essas pessoas me fizeram voltar a acreditar no ser humano. 

Eu só tinha uma coisa na cabeça, eu tinha que falar sobre tudo que aconteceu. Eu acreditava que os seres humanos poderiam se tornar boas pessoas, mas aí veio a grande decepção , pois ninguém queria me escutar. Eu não tinha um filtro e isso era muito forte para as pessoas. Por isso resolvi me calar e me expressar através das minhas obras de pintura. 

*Texto retirado da revista Spiegel sobre os 70 anos da libertação de Auschwitz . Traduzido por mim. Abraços , Darlen Rodrigues.

2 comentários:

  1. "Eles tomavam até as bengalas ... Depois descobri que eram para agredir as pessoas..." kkkk kkk 100 comentários. Os alemão precisavam roubar bengalas para bater com elas nos judeus ????

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  2. Não perca seu tempo com estas fantasias!

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