Jerzy Gross tinha 5 anos quando a mortalha dos SS foi estendida sobre a Europa. Sua família se mudaram de Leipzig para Krakau. Seu pai, um engenheiro judeu, foi contratado para construir uma ponte lá. Entretanto o terror dos SS varreu a família como muitos outros para o gueto.
Daqui pra frente, luta por sobrevivência, chutes na bunda, fome e morte fazia parte do dia a dia. O holocausto tinha começado. Mais de seis milhões de judeus não vão sobreviver. Para todos os outros internos dos KZ (centro de concentração) a vida será um martírio. .
Com dez anos de idade acabou sua infância, ele foi levado para o gueto de Bochnia e no final de 1942 deportado para o KZ Plaszów. " minha casa era o bloco 124. Nós éramos em 125 internos , com uniforme listrado e calçados de madeira em uma área de 70 metros quadrados. Em todo lado tinha mal cheiro e pessoas famintas. Pão era mais valioso que ouro."
No inverno, muito frio e no Verão, muito calor. Por causa do desespero muitos se jogavam a morte contra as cercas eléctricas de 6000 volt. Os mais fortes tinham que trabalhar mais de 11 horas por dia. Para os que não se comportavam bem, sofriam as penas duras do comandante Amon Göth.
"Tinha pena para os ladrões de batatas. Eles eram levados a forca, somente as pontas dos seus dedos encostavam no chão. Amarravam suas mãos para atrás e colocavam uma batata na sua boca." Recorda Jerzy Gross . "Seis, sete horas durava as torturas e nós tínhamos que assistir a tudo em círculo. "
"Somente a sobrevivência contava, nós tínhamos que viver frequentemente com o medo da morte. Eles nos tomaram tudo, a unica coisa que tínhamos era a esperança. "
Ele era responsável de cuidar dos cachorros e por isso se livrou de uma selecção de 700 crianças que foram levadas para a câmera de gás. Um dia pegaram quatro de nós, duas garotas e dois garotos, todos da mesma idade e nós levaram. Nós impestaram todo o corpo de piolhos , carrapatos e pulgas. "em dois dias minhas coxas estavam em carne viva. "
Três meses durou esse martírio, mas feridas não curaram mais. Ele foi deportado então para Brünnlitz e lá ele ver por primeira vez o fabricante Óscar Schindler. "Ele era conhecido. Minha mãe trabalhou para ele, mas com os empregados ele não tinha contato, somente com os dez líderes. " Jerzy Gross. "
Na fábrica de Schindler, o magro rapaz tinha que tinha que perfurar profundos buracos de 30 centímetros no piso de concreto. " com martelo e talhadeira, era muito cansativo
. Por dia eu só conseguia um buraco."
Jerzy Gross via Schindler de modo crítico., fala ele sobre seu salvamento. " ...mas isso ele não fazia por amor ao próximo. Nós éramos para ele somente mão de obra.". "Schindler so se interesava por mulheres, dinheiro e álcool. Ele era um homen de negócios muito esperto e sabia que sem nós ele não ganharia dinheiro. Somente por isso ele nos protegia das execuções. "
Na fábrica de Schindler , os escravos dormiam em cima concreto liso seis vezes por semana, a comida era pouca, todos contaminandos com pulgas e piolhos, as instalações sanitárias eram um horror.
Isso só mudou em 10 de maio de 1945, o dia da libertação. Até aí Schindler já tinha fugido. Gross :" eu sofria de tífo, com 15 anos eu pesava só 27 quilos. A perseguição aos judeus não terminou com nossa libertação, ela continua até hoje.
Gross trabalhou depois na redacção de uma rádio e foi pai. Em 1958 a jovem família deixa a Polónia e se muda para Israel, mas lá também ele teve que se justificar.: " quando descobriram o que eu fazia, sempre me perguntavam : você fez pra sobreviver? Quantos vocês traiu?"
Mais tarde ele volta a viver na Alemanha e soube do pagamento de reparações. " mas o prazo já tinha acabado. Só me fizeram promessas." Depois de uma longa batalha judicial ele recebeu em 1968 14 mil Mark.
" Nas repartições públicas era perceptível o quanto nos éramos indesejáveis. Mesmo assim eu lhes digo que tudo que passamos não dá pra ser esquecido e nem indenizado com dinheiro."
Gross trabalhou na alemanha em um bar e tocava gaita. Até que no Verão de 1980 ele é diagnosticado com mal de Parkinson. Já que seu aposento não dava nem pra pagar as contas ele teve que voltar a trabalhar com auxiliar na KARSTADT ( uma loja de departamento).
Jerzy Gross faleceu no dia 15 de Agosto de 2014.
Matéria do jornal bild, traduzida por mim.
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