A história de Gert Schramm começa no final dos anos 20 em Erfurt. Seu pai, Jack Brankson, era engenheiro americano e foi trabalhar na Turíngia para uma empresa americana fabricante de aço. Brankson se apaixonou por Marianne Schramm, filha de um alfaiate. Em novembro de 1928 nasce Gert, ele cresce em um povoado católico na Turíngia junto da sua mãe. Seu pai o visitava frequentemente, pois ele sempre retornava a Turíngia devidos aos contratos de montagens da empresa, até que um dia em 1941, durante uma visita a Alemanha, o negro americano foi preso, por causa da política de raças dos nazistas e deportado para Ausschwitz.
Durante o transporte se perderam todas as pistas do seu pai. Em maio de 1944, durante seu trabalho, Gert Schramm é preso , sem motivos. Na época ele tinha 14 anos. Durante um ano ele nao teve contato com sua família e nem com amigos e era levado pela Gestapo de uma prisão a outra; de Langensalza para Erfurt, de Erfurt para Weimar e assim por diante.
''A política de raça, era para mim um livro fechado. Eu nao tinha nenhuma ideia do que era aquilo e nem como eles tratavam as pessoas, pois eu nunca tinha tido nenhum problema com as autoridades. Eu só descobri o por que eu fui preso, um ano depois. Eu fui levado para um interrogatório, foi quando eu ví um livro vermelho e na capa tinha escrito, mandatos de prisão. E então eles leram para mim ' de acordo com o parágrafo das leis de raça... ' e também ' levado a prisão preventiva, mas não menos do que 15 anos!'''
O rapaz de 15 anos foi levado, junto com outros presos, de Weimar para Buchenwald. Mal chegaram e já os esperavam os homens da SS que os gritavam '' vamos seus porcos, se mexam'' e os agrediam sem parar. Buchenwald foi contruída em julho de 1937, em Ettersberg, a poucos quilometros da clássica cidade de Weimar. Quando começou a guerra, pessoas de toda europa foram levadas para alí; ciganos, politicos da oposição, judeus, homosexuais, testemunhas de jeová, mendigos etc. Eles tinham que trabalhar sob condições degradantes para a indústria de armamentos alemã. Mais de 56.000 pessoas morreram por causa das torturas, doenças e enfraquecimento como também devido aos experimentos medicinais.
Gert Schramm foi trabalhar nas pedreiras, um dos pioeres trabalho do KZ. Calçando chinelos de madeira, ele tinha que trabalhar mais de 10 horas por dia puxando grandes pedaços de pedras. Foi somente por um milagre que ele sobreviveu a esse Arbeitskommado (comando de trabalho). O capataz Willi Bleicher, que comandava as estatísticas de trabalho para os SS, lhe deu uma outra tarefa. Ele foi trabalhar na distribuição de alimentos, até que ele conseguisse recuperar novamente as forças.
Muitos presos ajudaram a Gert, principalmente políticos que já estavam alí a mais tempo. Somente depois da libertação ele descobriu o quanto aquilo era perigoso para ele. Somente o mais velho do bloco, Otto Grosse, um comunista da Baixa Saxónia, se sentava junto com Gert e lhe dava dicas de sobrevivência; Nunca olhar os homens da SS nos olhos, sempre se esconder no meio das fileiras na hora do apelo, não chamar a atenção. Ele é agradecido até hoje.
Gert Schramm sobrevive e mal pode acreditar quando os americanos no dia 11 de abril de 1945 chegaram no campo. Alguns homens da SS fugiram, o comandante se retirou de avião. Gert passou nove meses alí preso. Em junho de 1945 ele voltou para casa, para uma nova vida, com nome no lugar de número, com família e direitos. Gert Schramm trabalhou na exploração de minas em Wismut, se mud por pouco tempo para a Alemanha Ocidental mas volta de novo para o lado oriental. Durante a DDR (República Democrática Alemã) ele fundou uma empresa de taxi em Bradenburgo.
Desde de alguns anos, Gert Schramm visita escolas e fala sobre sua experiência no centro de concentração de Buchenwald. Estudantes aprendem, através dos seus relatos. Além disso ele documentou tudo no seu livro ''Wer hat Angst vorm schwarzen Mann''(quem tem medo do homem negro). Isso é muito importante, pois testemunhas como ele, tem muito pouco e a cada dia estão desaparecendo. A entrevista com a ''MDR'' foi a última que dará, pois com 86 anos e depois de operação no coração ele disse que já tem mais forças.
Texto traduzido por mim do site mdr.de sobre os 70 anos da libertação do centro de concetração de Buchenwald.
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