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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Hitler versus Stalin, operação Barbarossa




A Alemanha nazista com sua fome por ocupações agora se dirigia até a União Soviética, o gigante comunista que ia do mar báltico até o Pacífico Norte. 
Desde de que Hitler escreveu o " Mein Kampf " ele tinha como objetivo principal  reconquistar  os espaços perdidos, que na sua opinião, pertenciam ao povo alemão e aniquilar o bolchevismo.  
Aquilo não era uma campanha militar normal, aquilo foi um enfrentamento de duas ideologias de duas ditaduras atroz que se odiavam e regiam seu governo através do medo, que exigia absoluta obediência  e que tinham a sua frente dois homens poderosos. Foi na primavera que o fracassado artista austríaco Adolf Hitler quebrou seu pacto com o ladrão de bancos georgiano Josef Stalin. Milhões de pessoas iram pagar com a vida pela  a arrogância dos dois. 

Do Báltico até o mar negro


Diferentemente do que muitos dizem, não havia nenhuma doutrina especial da Blitzkrieg. O sucesso de 1939 e1940 basear-se no aprendizado de uma gestão móvel, depois da primeira guerra, que estava ligada a um corpo de oficiais mais profissionais e uma superioridade nos Aires. Em dezembro de 1941 Hitler foi tentado pela sua própria propaganda. Convencido do aparente colapso dos soviéticos, depois dos últimos ataque sofrido, Hitler deu a instrução de número  21, uma ordem para a preparação da Operação Barbarossa, em homenagem ao imperador alemão que no passado teria conduzido a terceira cruzada.

134 divisões, baixo o comando do marechal Walther Von Brauchitsch, foram enviadas para a nova frente militar que ia  de Memel (Lituânia) no norte até Odessa (Ucrânia) no sul, atravessando o continente. O pacto de 1939 de não ataque, que dividia o leste europeu entre os dois tiranos, já não valia mais para Hitler, que se mostrava cheio de confiança que a invasão duraria somente dez semanas. 

A tática de ataque preventivo deveria ser feita  pelo o exército oriental, passando por três frentes pelo grupo de soldados no norte, centro e sul, forçando o recuo das forças soviéticas atrás da linha imaginara AA desde de Archangelsk, no norte da Rússia, até Astrachan, cidade portuária no rio Volga e então tomar Leningrad, Moscou e Kiev. Os soldados do centro, ordenado pelo veterano de guerra o Marechal Fedor Von Bock, seguiu a mesma rota que Napoleão pegou 129 anos antes na sua fracassada invasão. Para prevenir que os alemães  tivessem o mesmo destino, foi ordenado ao general Friedrich Paulus que fizesse um controle preventivo da zona de ataque. Paulus aconselhou uma tática para cercar e prevenir que o exército vermelho se evadisse e pudesse desgastar a linha de abastecimento alemã, o que sairia muito caro para o Wehrmacht estando em território soviético. 

A operação Barbarossa começou com um mês de atraso, pois houve muita resistência no Báltico. Com isso o Kremlin teria tido tempo de preparar táticas de defesa, porém Stalin estava seguro,  mesmo depois de ter sido alertado várias vezes, que Hitler só atacaria depois de ter ocupado a Grã-Bretanha. No dia 21 junho de 1941, uma noite antes da "Barbarossa", ele teve mais uma chance de mobilizar suas a tropas. Um preso alemão teria relatado sobre o plano de ataque, mas Stalin também não fez caso desse alerta. Na manhã seguinte ele teve um péssimo despertar: a guerra tinha começado no leste. 

O vendaval blindado de Hitler

O mal preparo do exército  vermelho e a fúria dos ataques foram um cocktail mortal para União Soviética. A política de "limpeza" de Stalin entre seus generais foi uma desvantagem para as forças armadas e os homens estavam cansados da frequente fiscalização da Comissão Popular do Interior (NKWD). Os soviéticos até que tinha três vezes mais tanques de guerra e aviões do que o seu inimigo ,mas estes estavam espalhados pelo o imenso país, tinham tecnologia ultrapassada e lhe faltava uma forte liderança. O primeiro grande combate da frente báltica começou  em 23 de junho, na batalha pela Raseiniai. Os dois lados travaram um forte fogo de artilharia, além disso as forças aéreas atacavam os campos de aviação inimiga de modo que a aviação soviética perdeu 25% da sua potência. Unidades motorizada percorria 80 km por dia e deslocava a frente para o leste enquanto que a infantaria lhe seguia e conseguia 30 km ao dia. O cercamento de supresa aos soviéticos valeu a pena: como um movimento de aliciante gigante, conseguiram encorrilhar centenas de presos de guerra. No começo de julho caiu Bialystok e Minsk quando o exército vermelho da Bielorússia se retirou em direção às margens do rio Dnepr. O Wehrmacht dominava quando mais ou menos 720 tanques alemães conseguiram vencer 2800 soviéticos na batalha pela Dubno-Luk-Riwne. 

" O espaço russo é nossa Índia e assim como os ingleses a dominam com a mão cheia, assim iremos controlar essa colônia. " Hitler sobre seus planos para o leste. 

" Eu vi povoados em chamas, corpos de soldados russo caídos, cadáveres inchados de cavalos, tanques enferrujados e queimados." Relato de um soldado sobre o começo da operação. 

Em julho às chuvas encharcavam o campo de batalha no leste europeu. O tempo era tão ruim que os soldados tinham que parar e esperar as tropas que estavam quilômetros de distância e aguardar que o sol saísse detrás das nuvens. Isso dava tempo ao exército vermelho de se reunir e começar um contra-ataque. Mas os alemães mantiveram o posto, atacaram os soviéticos de volta e avançaram até Smolensk. O exército de Hitler também sofreu perdas, porém eles se mantiveram impararável seguiram adiante. Stalin ordenou uma rigorosa tática de solo queimado. Em todo lado da frente leste foram explodidas pontes, trilhos de trem sabotados e estradas destruídas. Resistência violenta era um dever, pois os alemães se aproximavam do coração do poder soviético. Stalin já não tolerava nenhuma falha e o general Dmitri Pawlow foi condenado a morte por não ter conseguido parar o avanço alemão. Enquanto Stalin fazia uma "limpeza" de cima a baixo nos militares, o Wehrmacht saqueava Minsk. 

O holocausto no leste



Enquanto a frente militar avançava, atrás Hitler colocava em prática uma ação que segundo sua visão era uma limpeza étnica. A infantaria seguia grupo operativo da Sicherheitspolizei, a polícia de segurança, sob o comanda da SS , Schutzstaffel , em português esquadrão de proteção. Eles matavam sistematicamente judeus, oficiais comunistas, intelectuais e ciganos em fuzilamentos em massa, em enforcamentos públicos e através de gases tóxicos que vinham dos escapes dos carros. Também foi criado campos de concentração e guetos, onde eram levados pessoas para serem usadas em trabalho escravo. 

O exército e as unidades policiais estavam tão envolvidas quanto os grupos de ajuda e milícias facistas. Um dos maiores assassinatos em massa  aconteceu em 1941 no barranco de Babyn Jar em Kiev. Segundo relatos da SS somente em 1941 foram mortas mais de 600.000 pessoas, durante toda a operação "Barbarossa" morreram mais dois milhões de pessoas. 

Quando a guerra acabou, 24 comandantes dos grupos de operação foram condenados por crimes contra a humanidade. 14 foram condenados a morte e dois a prisão perpétua, o resto receberam penas brandas. Os criadores desse sistema, O SS-Reichsführer Heinrich Himmler  e o Obergruppenführer Reinhard Heydrich já não estavam vivos na época do processo em 1947/48. O primeiro cometeu suicídio em sua cela e o  segundo sofreu um atentado dos aliados em Praga. 

"As pessoas choram e falam da raiva dos nazistas para com os judeus e os comunistas. É possível que eles não nos veem como seres humanos, mas como gados? [...] mas quem é louco em se opor. " Nota de Mascha Rolnikaite em junho de 1941, moradora de Vilna, Lituânia. 

O avanço parou

A primeira fase da "Barbosa" tinha acabado e Hitler e seus generais tinham que tomar decisões de acordo com critérios pessoais. Havia três opções: avançar até Moscou, marchar em direção ao norte e tomar Leningrado ou virar para o sul e mirar até a Ucrânia, o celeiro da união soviética. Hitler se opôs  aos seus Generais e se decidiu  pela última opção. Para ele os campo petrolífero de Bacu e o centro industrial de Carcóvia tinham prioridade. Isso iria enfraquecer os ataque a Moscou, mas o " Führer" estava convencido das suas capacidades militares e para ele era o melhor a ser feito. As divergências continuaram até agosto e com isso foram perdendo tempo precioso, que poderia ter sido usado para destroçar os soviéticos por completo. Isso foi exatamente o que o exército vermelho precisava. Na primeira quinzena do mês , já eram 200 o número de divisões em direção ao ocidente.

Apesar da superioridade em número de soldados o exército vermelho sofreu sua maior derrota da sua história na batalha por Kiev. Mas ao norte a situação também não era nada agradável depois de vitória dos alemães na batalha de Uman. Desde Setembro Leningrado estava ocupada e diariamente morria mais de 300 civis. A escassez de alimentos obrigou a população a comer carne de gato e cachorro. Houve relatos até de canibalismo. 

Operação taifun

Depois de comemorar a vitória no norte e no sul, era hora de tomar balanço na mais decisiva das batalhas; contra Moscou. O ataque começou em outubro quando Viazma , uma cidade a 200 km de Moscou , foi tomada. Logo depois foi a vez de Kaliningrado e Briansk. A capital estava a cada dia mais perto.

O pânico tomou conta da cidade. 2 milhões de pessoa fugiram e o governo soviético teve que  se mudar para Kuybyshev, hoje Samara, 800 km ao leste. Porém existia um homem que não sabia o que a palavra medo significava, seu nome era Georgi Schukow. Graças a sua vitória na batalha de Khalkhin Gol em 1939 o Japão já não era uma ameaça, com isso ele pode deslocar 900.000 recrutas do leste da União Soviética para o ocidente para lutar contra os alemães. Os soldados estavam a 65 km de Moscou mas não podiam avançar. Agora a estratégia dos soviéticos era usar sua nova tropa para atacar ,sem parar,  aos soldados alemães que já estavam exaustos. O mau tempo deu ao o exército vermelho tempo suficiente para se reformular e reposicionar. A grande distância de Berlin trouxe aos alemães problema com a comunicação. Os generais tiveram que reconhecer que a quantidade de tropas inimigas foram subestimada e a admissão de 50 divisões de reserva não seria suficiente. 

Na primeira quinzena de novembro as chuvas pararam e a lama já estava endurecida, assim já era possível travar grandes ofensivas. A Wehrmacht marchou adiante e chegou ate ver o sol brilhando na cobertura do Kremlin. Entretanto a batalha foi dura. Os soviéticos lutaram com unhas e dentes para defender sua capital. E então veio o mais rigoroso inverno em 140 anos e parou a entrada na União Soviética.

O general Invérno


Os soviéticos estavam preparados para enfrentar temperaturas congelantes, com roupas adequadas e unidades especiais com esquis e trenós que podiam ser usados para transportar armas e até artilharias. Para os alemães a situação não era favorável. Hitler tinha confiado em uma vitória rápida  e por isso poucos soldados estavam com equipamentos adequados. O resultado foi devastador: armas falhavam, a comida estava congelada , os carros não conseguiam arrancar e por causa da tempestade de neve a Luftwaffe, força aérea, não podia levantar vôo. 140.000 soldados tiveram membros amputados por causa do congelamento e o abastecimento, que em grande parte era feito por cavalos, estava parado. O contra ataque dos soviéticos em 5 de dezembro abalou duramente a Wehrmacht, quando 88 divisões soviética quebraram a barreira alemã de 800 km. 

Isso foi um duro golpe na moral alemã, porém Hitler não estava pronto para aceitar uma derrota. Teimoso ele ordenou que mantivessem posição. Essa equivocada decisão mostrou o quanto o "Führer" tinha se presumido como general. Os ataques do exército vermelho levaram os alemães a sofrer várias derrotas, isso irritou Hitler. Von Rundstedt, Von Brauchitsch e Von Bock foram destituídos e Günther Von Kluge foi nomeado a Oberbefehlshaber. As mudanças não surtíram efeito e foi ordenado uma tática de retirada de 322 km que ia até o ponto inicial da operação " taifun".


Hitler ansiava por Leningrado, por ser simbolicamente o centro do comunismo e o coração da revolução de outubro . Uma invasão exitosa seria como uma vitória prestígiosa. Quando ficou decidido que a cidade seria cercada, todas as ligações ao resto da União Soviética foram cortadas. A única chance para Leningrado era o lago de Ladoga, que formava uma barreira natural e que obrigava os alemães e finlandês a se separarem. Em novembro de 1941 quando o lago se congelou, caminhões puderam levar mantimentos para a cidade. As mercadorias que chegavam não eram o bastante para o abastecimento, mas essa estrada natural de gelo ajudou a superar os 900 dias de cerco até o final de 1944. Por sua valentia  e coragem a cidade recebeu o título de "cidade dos heróis" do governo soviético. 

Por que Hitler perdeu?

 
Mesmo a máquina de guerra dos nazistas terem no começo da operação "Barbarossa " mostrado tanto éxito, terem indo tão longe  na Rússia e terem prendido e matado milhões de soldados do exército vermelho, Hitler perdeu uma grande oportunidade a não ter dado a atenção devida a pontos estratégicos e com isso fazendo com a Wehrmacht fracassasse  na frente leste. Ele tinha esperado uma vitória rápida, porém ele não contava com a determinação do seu inimigo comunista e subestimou a brutalidade de Stalin.

A cada vitória, Hitler e seus oficiais ficavam mais ousados. Entretanto no outono de 1941 as coisas começaram a mudar. Enquanto Hitler se entrometia estrategicamente e tácticamente, o avanço alemão foi interrompido pelo o contra-ataque dos soviéticos como também pelas fortes chuvas, lama e a tempestade de neve. O inverno também castigou os soldados da Wehrmacht. Muitas vezes eles tinham somente roupas de verão  para se defender do intenso inverno, sendo assim postos de fora do combate ou simplesmente morriam de frio. Maquinas e armas deixavam de funcionar. Um completo exército mecânico paralisado. Os comandantes até conseguiram ver com seus binóculos  os telhados de Moscou a apenas 20 km de distância.

Quando no verão seguinte, Hitler redirecionou seus tanques para  Stalingrado e os campos petrolíferos do Cáucaso, a sua poderosa sexta divisão se deparou somente com a morte e a destruição. Por fim começou uma onda de destruição e vingança dos soviéticos em direção a Europa Ocidental até chegar a Berlín. Na frente leste Hitler tinha alcançado seu limite. O Führer morreu nas ruínas da sua capital, com seus sonhos de dominar o mundo. 

Soldado Alemão 
 
Capacete de aço 
O inconfundível capacete de aço foi introduzido ao exército alemão ainda na primeira guerra mundial e com o passar do tempo foi modificado várias vezes. Ele foi um símbolo da brutalidade nazista na Europa. 
Fuzil 
O soldado da foto segura uma fuzil recarregável, modelo Mauser K98k. Essa era a arma padrão da Wehrmacht na segunda guerra mundial. 
Vestimentas de inverno
O homem da foto teve sorte, ele vestia uma casaco, boas botas e luvas para se proteger do inverno russo. Muitos de seus camaradas só tinham roupas de verão. 
Utensílios de cozinhar
Os soldados levavam seus utensílios de comida no cinturão, assim como a bolsa com pão. Durante a operação "Barbarossa" era raro o preparo de comida quente no campo de batalha.

Soldado Soviético

Gorro de inverno
No lugar de um capacete pesado de aço, esse soldado leva um gorro de pele que também protege seus ouvidos do intenso frio. 
Demais equipamentos
Este soldado leva um cinturão de lino com uma bolsa e munições. 
Uniforme de inverno
Ao contrário dos seus inimigos alemães, os soldados do exército vermelho levavam casacos e calças acolchoados, luvas de pele e botas grossas. 
MGDP28 
Por causa do seu grande carregador, esse metralhadora era também chamada de "gira-discos". 

Aliados da Alemanha:
Finlândia Já antes da operação "Barbarossa " a Finlândia estava envolvida em um conflito com a União Soviética por causa das fronteiras. As duas nações tinham se enfrentado na guerra de inverno 1939/40 por causa do istmo de Carélia e Hitler viu nisso a chance de ganhar um aliado. No mesmo dia que começou a operação " Barbarossa ", os finlandeses atacaram o istmo no norte de Leningrado. Este conflito durou até 1944.
Romênia Hitler estava interessado em uma aliança com Romênia, pois isso lhe garantia acesso a reservas de óleo extra e apoio militar para a "Barbarossa ". Os romenos então se integraram ao grupo de soldados no sul. Mesmo suas habilidades nos combates terem sido muito criticadas pelos os generais alemães, eles desempenharam um importante papel na marcha até Odessa e Kremlin. Porém quando os soviéticos contra-atacaram, eles não estavam em condições de oferecer resistência. 
Itália Depois da invasão conjunta da Grécia e dos Balcãs, Mussolini queria continuar apoiando seu aliado. Um corpo de 62.000 soldados foram colocados à disposição, mas como os alemães, os italianos não estavam preparados para as frias temperaturas. O oitavo exército italiano ajudou as forças de Hitler, mas não foram capazes de se opor aos soviéticos. Dez mil homens de Mussolini acabaram nas prisões soviéticas. 
Hungria a ex monarquia austro-húngara lhe foi prometido regiões da Romênia e da Iugoslávia para que eles entrasse na guerra. Mesmo assim o país demorou a disponibilizar soldados, sendo de pouca ajuda ao Reich. Em 1944 quando a Hungria se rendeu, Hitler instalou um governo marionete para obrigar o país a entrar novamente na guerra contra a União Soviética 
República Eslovaca  República Eslovaca era um estado satélite da Alemanha Nazista. O gonverno fantoche não tinha outra opção ao não ser seguir o caminho dos alemães. 45.000 soldados eslovacos  batalharam ao lado da Wehrmacht, porém não conseguiram acompanhar a rápida formação dos tanques com seus seus poucos veículos. Mais tarde uma grande parte dos eslovacos foram colocados nos batalhões de construção. 





Alguns textos foram traduzidos da revista All about of History.