O 1 de novembro de 1942, foi para os alemães um dia fatídico. Sem nenhuma suspeita, o exército vermelho , começava com toda força , a ofensiva "uranos" pelo norte e pelo sul de Staligrand . Os tanques de guerra rompiam as linhas alemãs e avançavam com movimentos de alicates. Depois de 4 dias as duas cunhas de tanques se encontravam em Kalatsch, a 100 quilômetros leste de Staligrand. O sexto exército estava cercado.
Com este êxito as forças armadas soviética mostravam, que depois de um 1 ano e meio de guerra, que eles estavam prontos novamente para grandes ofensivas. Mas do que isso, que eles já podiam utilizar de maneira eficaz a tecnologia dos tanques de guerra.
Tão logo os oficiais do wehrmacht perceberam quem lhes tinham derrotado; o comandante do quarto corpo de tanques, Andrej Grigorjewitsch Krawtschenko. Ele era bem conhecido deles. Com ele os oficiais já tinham bebido, jogado e conversado bastante sobre trabalho. Mas onde os futuros inimigos já tinham se encontrado?
Pra responder essa pergunta, temos que voltar até o ano de 1919, época do tratado de Versalhes. Já que a Alemanha estava proibida de armar novamente seu exército, o Reichswehr e o Exército Vermelho fecharam um acordo secreto de cooperação militar; a união soviética disponilizava balaustradas e equipamentos para treinos e em troca recebia Know-how dos alemães. Dessa forma surgiu em Lipezk uma escola de aviação, em Wolsk , com o codename Tomka , foram feito teste com agentes de guerra químicos e na cidade de Kasan os oficiais testavam tanques blindados.
Enquanto o Reichswehr em Lipezk era bem mais equipado, com mais ou menos 220 pilotos e observadores de voo, em Kasan a proporção era bem mais modesta. Em 1926 surgiu ali uma escola secreta de tanques de guerra com o nome Kama- um acrônimo de Kasan e do sobrenome do primeiro diretor Wilhelm Malbrandt. Até setembro de 1933 em torno de 30 oficiais alemães foram formados ali, no âmbito da cooperação militar. Os soldados russos também passaram por um curto período de tempo por uma formação e especialização em tanques de guerra,entre eles estava Andrej Krawtschenko.
No começo o projeto acontecia de maneira moderada. Somente em 1929 é que chegaram os seis " grandes tratores", chamados de carro blindado de guerra. Mesmo infringindo o tratado de Versalhes , Eram as empresas de armamentos alemãs quem produziam os protótipos. Camufladas em grandes caixas de madeira, os tanques iam de trem para Stettin, depois de barco para Lenigrad, hoje St. Petersburgo e continuava de trem até Kasan.
As exigências às empresas de armamentos eram grandes; o "grande trator " tinha que ter um canhão de 7,5 centímetros e duas metralhadoras. Mesmo pesando 16 toneladas, ele teria que andar 40 quilômetros por hora, conseguir percorrer a 80 centímetros baixo da agua e superar corvas de um metro e meio. Alem disso ele tinha que conseguir fluctuar , ser vedado a gases tóxicos e esta equipado com sistema de rádio. E as empresas tinham que construir diferentes tipos de engrenagem; assim a Krupp conseguiu o contrato do exército para servir as engrenagens com pressão de ar, a Rhein-metall com sistema elétrico e a Daimler com pressão de óleo. Na época um engenheiro escreveu a seu general que " tirando a parte de voar, exigiram bastante".
Muitas dessas cartas, também dos cursastes, que até o momento ainda não tinham sido analisadas e estavam no arquivo militar, descreviam Kama como provisório ;o corpo docente era quase da mesma posição dos cusantes; cada um era especializado em alguma área, não só em tanques de guerra. Malbrandt , um especialista em ferrovias, exigia rigorosa obediência. Durante a comida ele proibia as conversas. O ambiente era miserável. Dessa forma a escola não podia funcionar.
Os tanques também não animavam os engenheiros. O protótipo da Daimler falhou já no primeiro dia e ficou quardado na oficina sem nenhuma função. Os motores de outros tanques produziam vibrações violentas e super-aqueciam as cabines, os vapores de óleos e gases poluíam o ar. Sempre depois de cada exercício os condutores saltavam dos tanques quase surdos e todo ensopados de óleo. E eles ainda tinham que ficar em silêncio, como cadetes, durante as refeições no cassino! Os cusantes não aceitaram isso e em 1929 Malbrandt foi substituído por Ludwig Ritter von Radmeier.
Somente uma cerca patrulhada separava os alemães de uma unidade do exército vermelho. No portão principal ficavam os soviéticos e eram eles quem controlavam a entrada e a saída, as faxineiras eram contratadas pelo serviço secreto e examinavam as gavetas dos alemães. Nas oficinas os engenheiros soviéticos seguiam cada passo de montagem dos tanques.
Todo começo de ano entravam soldados do exército vermelho, sem distintivos de posto, para irem à escola com os alemães. Ninguém nunca soube dizer quem eles eram exatamente- podiam ser tenentes da inspeção de tanques de Moscou ou engenheiros dos tanques de teste de Lenigrad. Uma vez por semana eles faziam as refeições juntos e sempre acabava em horríveis bebedeiras.
Eles se sentavam lado a lado e surgia tensão entre as mulheres dos professores. Muitos dos cusantes sofriam escorbuto, por falta de vitamina C na comida. Em 1932 o terceiro diretor da Kama, Joseph Harpe, criou um jardim de verduras e dava aos formados férias extras que poderiam ser navegar pelo rio Wolga ou viajar até Cáucaso.
Até 1933 nenhum engenheiro da Krupp e nem da Rhein-metall consigam resolver os problemas de chassis do Tanque. Se durante as manobras alguém quisesse escolher um alvo, tinham parar toda vez.
Apesar de todas panes, os responsáveis decidiram em 1932 pelo "grande trator" como futuro tanque de guerra- mesmo tendo aprendido em Kama como não se deve produzir um tanque. A situação crítica também foi vivida por Andrej Krawtschenko. Naquela época a tática de "Stosskeil", que teria sido responsável pelo sucesso de Stalingrado, ainda não tinha sido criada. Mas com o trabalho conjunto em Kama, Krawtschenko já estava familiarizado com a mentalidade dos oficiais e engenheiros alemães. Ele conhecia a predileção deles pelo alvo-óptico e pelo sistema de comunicação dos tanques. Com isso ele já sabia o que era de se esperar de um tanque alemão.
Por outro lado os engenheiros soviéticos deram um grande salto nos anos trinta. Com ajuda dos americanos eles conseguiram resolver o problema do chassis. O wehrmacht só percebeu esse avanço, quando os soviéticos os atacaram no verão de 1941. Os Alemães toparam com um desconhecido tipo de tanque; o T-34 tinha rodas de cora relativamente grandes, era rápido, leve e mesmo assim robusto. Ele podia andar e atirar ao mesmo tempo, só não voava.
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